PARTE 1
A mensagem de conversão veio aos homens de uma maneira constante, conforme nos narra os escritos bíblicos. Veio de maneira mais incisiva e poderosa, de tempos em tempos, em eventos importantes da história do relacionamento de Deus com os homens.
Entre outras, veio por meio de João Batista, anunciando a chegada do reino de Deus em Jesus: Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus. Mt 3:2, E depois por meio de Jesus no inicio de seu ministério: Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus. Mt 4:17
O ministério de Jesus foi um constante apelo á conversão. Pregava de maneira poderosa, a mudança de direção, seja do pensamento, idéias, atitudes, ideais. Apresentou o caminho a ser seguido. Convidou insistentemente aos homens. Deu motivos a esta mudança para o caminho que ele mesmo seguia.
A conversão não é um fato que ocorre apenas no ato receber a Jesus como salvador,quando nascemos de novo espiritualmente, nos tornando nova criatura. Mas ocorre também em todas as vezes em que nos desviamos e temos que retornar dos nossos maus caminhos e reconhecer o senhorio de Jesus em nossas vidas. Convergir é mudar a direção a ser seguida. Seguir para outra direção.
Por ocasião da inauguração do templo de Salomão, o Senhor diz estas palavras ao seu povo: E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 2 Cron 7:14
A parábola do filho pródigo, também é uma mensagem de conversão. Através de uma figura, o mestre que ensinava por parábolas, traz um cenário completo, com todos os participantes desta importante etapa na vida do cristão. A parábola do filho pródigo traz vida e movimento á mensagem de conversão.
Parábola do filho pródigo
Lucas capitulo 15
11 E disse: Um certo homem tinha dois filhos;
12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
13 E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
15 E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.
16 E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
17 E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;
19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
20 E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;
23 E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
24 Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
1.Identificando o filho pródigo.
A herança é de direito dos herdeiros, por ocasião da morte do pai. Nesta época pedir a antecipação da herança demonstrava uma tremenda falta de consideração com o pai. Então, quando o filho pediu a antecipação da herança, demonstrou que não se importava como o pai, mas sim com os bens que o pai tinha, e qual seria a sua parte. É como se dissesse ao pai: já que você esta demorando muito a morrer, então me de a minha parte na herança já. Não quero esperar mais. Quero o que é meu para ir embora daqui.
Ele realmente através do seu proceder demonstrou esta falta de consideração. Também que estava ansioso para sair da convivência com os familiares e parentes. Demonstrou que o que tinha valor para ele ali eram os bens aos quais ele teria direito na morte do pai.
Quando que agimos como o filho pródigo?
Quando queremos as bençãos de Deus e não queremos Deus.
O patriarca reunia em torno de si toda sua família. Ele e a esposa, seus filhos, a família de seus filhos e das suas filhas, os seus empregados e a família deles, de modo a formar uma aldeia. Este sistema patriarcal da época favorecia a provisão e a defesa. A liderança era do patriarca. Ou seja, o pai de família na parábola. Ele devia ser respeitado e considerado. O filho que pediu a antecipação da herança foi arrogante, orgulhoso e insubordinado. Rebelde.
Quando agimos desta forma do filho pródigo?
Quando não damos ao Senhor o respeito que seu senhorio merece. Quando somos insubordinados, irreverentes, rebeldes e orgulhosos para com ele.
A intenção do jovem era ir embora, o que realmente fez. Queria viver a sua vida da maneira que julgasse certo, decidindo por ele mesmo o que deveria fazer, vivendo sem disciplina, sem leis. Não tendo um senhor a quem tivesse de obedecer. Não trabalhando e nem produzindo nada, nem para ele nem para a comunidade onde vivia sob a autoridade do pai. Sem responsabilidade para com o pai nem para com a sua família.
Quando agimos como o filho pródigo nesta situação?
Quando queremos viver segundo o mundo, nos padrões do mundo, nos conformando a este mundo e ao mesmo tempo em que queremos ter para isto a cobertura de filhos de Deus.
Como podemos ver, a parábola do filho pródigo é endereçada nos dias de hoje aos cristãos, porque a parábola se refere ao filho, e não ao estrangeiro. No tempo de Jesus, endereçada aos judeus. Hoje, aos filhos de Deus, aos cristãos, especialmente a aqueles que agem da mesma forma que o filho que pediu a antecipação da herança.
…o meu povo, que se chama pelo meu nome…. 2Cron 7:14
Os que se chamam pelo nome de Cristo, são os cristãos. Os que se chamam pelo nome de filhos de Deus, são os que receberam a Jesus e foram feitos filhos de Deus.
2. As consequências da rebeldia, do orgulho, da arrogância, da insubordinação, da irreverencia, da falta de disciplina e submissão a autoridade. Da falta do sentido de dependência de Deus. Da falta de responsabilidade de filho.
A parábola conta que o moço, foi viver como queria, de maneira inconsequente e irresponsável, dissipando todos os seus bens. Ficou sem nada, e em uma situação desesperadora, apascentando porcos, animais que os judeus consideravam impuros e eram proibidos de consumir a carne.
Ele começou pensar em tudo aquilo que tivera, e que não dera importância enquanto tinha. Não valorizou sua família, nem a proteção que lhe era dada. Não valorizou a provisão recebida dia após dia por tantos anos. Nunca tivera falta de nada. Era considerado e amado. Desprezou tudo. Valorizou o ter e não o ser. Quando ele desprezou o pai, também rejeitou a sua condição de filho. Quiz os bens do pai e não o ser o que ele era para o pai. Um filho.
Agora ele não tinha nada e nem era mais nada. Estava passando fome. Tal era o valor e a consideração que recebia nesta terra onde havia dissipado todos os seus bens. Estava sem os seus bens e sem o seu pai, sem sua família.
Quando nos identificamos com o filho pródigo nesta situação?
Quando damos as costas para Deus, desprezamos não só a Deus, mas tudo o que somos Nele. Quando damos mais importância em ter as bençãos de Deus do que te-lo como pai. Quando abrimos mão da condição de filhos.
Quando temos a condição de filhos de Deus, temos em Jesus todas as bençãos espirituais nos lugares celestiais. Quando queremos apenas as bençãos, e não queremos a Deus, a consequência é que podemos perder tudo. O importante é o que somos para Deus em Jesus. Somos filhos de Deus. Esta é a condição mais importante para um cristão. Não podemos abrir mão disto por nada. Nenhum bem material e nenhum lugar de poder dado aos homens, pode se comparar a este condição. Ao privilégio, a honra, ao lugar de poder e autoridade em Jesus: a de sermos filhos de Deus.