GETSÊMANI

 

PARTE 1

 

Getsêmani.  Horto ou jardim como o chama o apóstolo João, ou então lugar ou propriedade como o especifica Marcos, era uma área na parte mais baixa do Monte das Oliveiras, a leste da ponte que dava travessia ao ribeiro de Cedron. Nesta área havia muitas oliveiras e também estava instalada uma prensa de azeite, prensa esta que dá origem ao nome Getsêmani.

Getsêmani quer dizer literalmente prensa de azeite. Esta prensa destinada a amassar e moer as azeitonas para que o óleo delas vertesse, consistia em uma grande pedra cavada dentro da qual rodava uma pedra redonda chamada de “Mó”, de peso suficiente para esmagar as frutas. O óleo assim escorria por meio de uma cavidade para fora da maquina.

É possível que esta área pertencesse a algum discípulo do Senhor, uma vez que Jesus a usava frequentemente como uma espécie de retiro para repousar e para orar.

A ceia no cenáculo havia sido entre tantos propósitos, o de uma despedida de seus discípulos e amigos. Frisando e destacando ensinamentos importantes a serem lembradas, parábolas que resumiam seu ensino e sua missão não só até aquele momento, mas também daí para frente até a sua volta.

Fortes emoções e sentimentos se levantam em todos. A caminhada desde o Cenáculo até o Getsêmani foi a meio a conversas com o grupo. No entanto á medida que chegavam ao seu destino, as palavras diminuem e os sentimentos se avultam. O clima de despedida começa a ficar mais forte, e a tristeza, a ansiedade e a aflição já estão no coração de todos. Estes sentimentos acentuam o cansaço do dia, porque já é noite a algumas horas.

Jesus e seus discípulos chegam ao Getsêmani.   Este é o lugar aonde iria se iniciar a sua caminhada final rumo ao seu sacrifício, que já estava profetizado e estabelecido á milênios pelo Pai.

O Senhor conhecia todas as profecias á seu respeito. A do livro do profeta Isaías que previa este momento, por certo lhe falava alto na mente e no coração: O nome Getsêmani tinha muito a ver com ela.  “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. Apesar disso, o plano perfeito do Senhor exigia a sua morte e seu sofrimento. Mas depois de dar a sua vida como oferta pelo pecado, Ele vai ressuscitar, verá os muitos filhos que ganhou através da fé, e cumprirá com sucesso a vontade do Senhor.”  Isaías 53.10

Jesus seria ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. As enfermidades, consequência dos nossos pecados, também pesariam sobre ele.

A pedra Mó era nesta ocasião uma figura dos nossos pecados.

Em algum momento, aqui no Getsêmani, Jesus iria tomar sobre si os meus, os seus, os nossos pecados, os pecados do mundo inteiro em todas as épocas.

Na eminencia deste evento, Jesus sabe que os pecados que tomará sobre si  farão separação entre ele e o Pai. Também o conflito entre espírito e corpo afligirá a sua alma.  Este conflito já se iniciara. A tristeza e a angustia eram tão evidentes em Cristo, que foram descritas por Mateus e por Marcos (cuja fonte é Pedro), e os efeitos surpreendentes desta tristeza e angustia no corpo de Jesus foram descritas por Lucas.

A descrição do evangelista e médico Lucas, sobre o mestre que posto em agonia, seu suor tornou-se grossas gotas de sangue, é descrito pela medicina moderna, como um fenômeno chamado de hematidrose. Caracteriza-se por uma ansiedade extrema, a qual ocasiona a liberação de produtos químicos que rompem os vasos capilares nas glândulas sudoríparas provocando sangramento. O sangue sai misturado com o suor.

Então, sabendo que a tristeza e a angustia estavam também nos seus discípulos, porque aquele sentimento era comum a todos, dado ao clima de despedida. Sabendo também que eles se sentiam frustrados em suas esperanças, pois que o mestre em quem eles depositavam seus sonhos de um reinado judeu mundial, lhes falara de sua prisão e morte iminentes. E que eles estão fragilizados e decepcionados diante do quadro que se lhes apresenta. Tão depressivos que seus olhos estão pesados e o sono os pressiona.  Jesus os exorta-os a vigiarem e orarem para não caírem em tentação.  O inimigo que anda ao derredor dos homens conhece seus momentos de fraqueza e disto se aproveita para tenta-los.

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