NO TANQUE DE BETESDA

                        

João capitulo 5.

2  Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.

3  Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.

4  Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.

5  E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.

6  E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?

7  O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.

8  Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.

9  Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava.

14  Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior.

Estudos arqueológicos, no ano de 1888, revelaram que havia próxima a Porta das Ovelhas, dois reservatórios, com 19 e 16 metros respectivamente, sendo que o menor era ladeado de cinco arcos com um pórtico cada um, confirmando a descrição do evangelista João, do Tanque de Betesda, com cinco alpendres.  Esta construção, chamada de alpendre, constitui-se de um lado fechado com paredes, e o lado oposto aberto, e cuja cobertura era firmada por colunatas, semelhantes ás varandas de hoje.  Em uma das paredes, do lado de dentro, descobriram a pintura de um anjo no ato de agitar a água.

 Nestes alpendres, estavam abrigados muitos doentes, alguns que ali eram deixados pelas suas famílias para se livrarem deles e que viviam no mais completo abandono e mendicância.

Este Tanque era também um lugar de peregrinação de grande número de pessoas que criam encontrar ali a cura para suas enfermidades.

O texto do evangelho acima cita a crença de que um anjo de tempos em tempos agitava a água, tornando-a curativa para o primeiro que nela entrasse após este toque angelical.

Embora houvesse um grande cuidado quanto ao cumprimento da lei, e nela se condenasse a idolatria, ainda assim parte do povo era levada á este pecado, de forma disfarçada e dissimulada: o sincretismo religioso.

A Palestina havia sido nos últimos séculos, dominada por persas, gregos e agora por romanos, e por isto o povo fora influenciado por outras culturas, assimilando-as, uns mais, outros menos.   Havia mesmo no tempo de Jesus, os judeus tradicionais que eram radicais, e os judeus que de algum modo, haviam adquirido em sua cultura traços da helenização e conseqüentemente a mistura de crenças, ou seja, o sincretismo religioso.

A peregrinação no Tanque de Betesda em busca de cura é o fruto deste sincretismo religioso, e isto pode ser avaliado nos critérios que privilegiavam alguns á cura, enquanto outros não, a saber:

1.Tinha o privilégio da cura, quem entrasse primeiro no tanque, isto é, o mais rápido a entrar na água quando agitada. Ou então o mais forte, que pudesse ocupar o melhor lugar de acesso e assim entrar antes na água. Assim sendo tinha privilégio, o menos enfermo, ou seja, o mais saudável deles.

2.Também era favorecido, quem pudesse pagar alguém, forte e rápido para coloca-lo na água primeiro do que os outros.

Nos dois casos, os mais fracos, os mais enfermos e os mais pobres não tinham nenhuma oportunidade. Este critério de seleção é claramente discriminativo e seletivo, premiando os mais fortes, os mais velozes e os mais poderosos.  Este tipo de critério era característico dos deuses da mitologia grega e romana.  Sempre privilegiavam uns poucos escolhidos. Neles revelam-se os sentimentos e defeitos dos homens.

O critério do nosso Deus, não faz acepção de pessoas, tendo uma perfeita justiça, onde todos são iguais. É um critério de equidade. São favorecidos os desfavorecidos, tornando todos favorecidos. Assim sendo, os mais enfermos teriam sua oportunidade, podendo igualar-se aos outros, como pessoas saudáveis.

Jesus, na qualidade de Filho de Deus, no seu zelo, demonstra a vontade do Pai, curando o enfermo que tinha menos oportunidade perante os outros.

3.Outro fator a ser levado em consideração, é que muitos poderiam acessar a água ao mesmo tempo, ou juntos, não se sabendo ao certo qual foi o primeiro. Também uma vez, que o primeiro a entrar era o mais forte, ou o mais rápido, isto é o mais saudável deles, podia facilmente pensar que estava curado. Caso não se achasse curado, pensaria ter sido outro que entrou um segundo antes que ele, recebendo a cura em seu lugar. Isto tudo é um tanto confuso e deixa margem ao engano. O nosso Deus não é Deus de confusão, mas um Deus que mantém em perfeita ordem todo o universo. Se há confusão e engano, não é obra dele.

4.Por ultimo, a figura do anjo, um mensageiro enviado por Deus, como elemento da crença judaica, justificando assim a peregrinação também de judeus á este local.

Desta forma vemos misturados elementos da crença romana, grega e judaica. O sincretismo religioso, desviando as pessoas da vontade de nosso Deus para cada uma delas.  O povo de Deus sendo enganado, ou se enganando para dar crédito á outros deuses, seguindo e aceitando seus critérios, em vez dos do Deus eterno e todo poderoso.

O que Jesus quis demonstrar com sua visita ao Tanque de Betesda e com a cura que ali realizou, na qualidade de Filho e herdeiro, que a vontade do Pai é que todos tenham direito e acesso á cura, e que: “Ele é o Senhor que perdoa as nossas iniquidades e que sara todas as nossas enfermidades.” (Salmo 103:3). Os deuses da mitologia grega e romana, não passam de mitos e lendas, criação dos homens, explorada e usada por Satanás e seus demônios.

Por ocasião do encontro de Jesus com o enfermo, que parece ter dificuldade em movimentar-se, o Senhor pergunta-lhe se quer ser curado.

A resposta do homem revela profunda mágoa e frustração, em estar ali abandonado e sem condições de competir com os outros pelo privilégio da cura pretendida no Tanque. Ele diz não ter ninguém que o ajude. Está nesta situação há trinta e oito anos. O seu sentimento de comiseração era tanto, que nem mesmo a pergunta sobre se queria ser curado, obteve uma resposta direta e afirmativa.   Nem mesmo o nome de Jesus ele perguntou. Não perguntou o nome nem mesmo depois que fora curado.

Mais tarde, encontrando-o no Templo, Jesus lhe diz para não pecar mais, para que não lhe acontecesse coisa ainda pior.

Não sabemos de que pecado, ou pecados lhe fala Jesus. Mas o que falou nos indica que esta enfermidade era causada pelo pecado, ou pelos pecados. O demônio ou o espírito de enfermidade que lhe dificultava os movimentos teve de sair quando Jesus ordenou a cura. A recaída nos mesmos pecados daria ao demônio legalidade para voltar com outros sete piores do que ele, e o estado do que fora curado seria pior do que antes.

No entanto, a mágoa, o ressentimento, constitui em pecado, uma vez que excluem o perdão ao irmão. Na autocomiseração, existe um amaldiçoar a si mesmo, declarando o que a pratica coisas negativas a seu respeito e da sua vida e futuro.

Todas estas coisas constituem-se em janelas abertas ao inimigo e um ponto fraco por onde o maligno ataca com grande facilidade.

Desde o inicio da Bíblia, por todo o Antigo Testamento, Deus demonstra a sua preocupação com os pobres e com os excluídos. Na lei mosaica, muitas leis existiam á respeito do cuidado com os pobres. No Novo Testamento, o evangelho fala de misericórdia e de equidade.

Jesus até fala sobre isto vir á tona no dia do julgamento final, como um divisor de águas: “Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, ……estava enfermo e me visitastes, …” .  “ ….quando o fizestes á um desses meus pequeninos irmão, á mim o fizestes.”( Mateus 25:34 a 46)

Aqui, neste ato de visitar o Tanque de Betesda, Ele, na pessoa do Filho vem para suprir e solucionar o problema daquele homem, que esperava pela misericórdia de seu próximo, por trinta e oito anos.

Lembre-se de que Jesus vive e ainda realiza as mesmas obras. Ele é o mesmo hoje e sempre. Por isto, qualquer que seja a sua situação, qualquer que seja o seu problema, encontrarás nele a misericórdia e a solução.

Apenas e tão somente tenha um encontro com ele.

 

2 comentários sobre “NO TANQUE DE BETESDA

  1. Valter

    ” UM HOMEM QUE ESPERAVA PELA MISERICORDIA DO SEU PROXIMO”

    O sincretismo religioso perdura ate os dias de hoje, levando muitios a crerem que Jesus esta aqui ou ali, sendo que Ele ( JESUS) esta em todos os lugares os mais improvaveis que possamos imaginar, e pela sua graça que somos alcancados.

    Outra coisa este homem poderia estar sozinho por nao ter amigos. ( por que nao tinha amigos?). Em Mc 2:1,12. Quatro amigos levam e o eleijado ate Jesus por cima do telhado, e Jesus o cura nao por sua fe( fedo alejado) e sim pela fe dos que o carregavam. Depende de com quem andamos tambem o nosso milagre pode ocorrer pela fe de um amigo proximo, as veses nem mesmo pela nossa fe….

    Uma pergunda. JESUS, fez o cego enchergar, o leproso ficar limpo, o elejado andar, o morto ressucitar, i endemoniado ficar são. E o pobre depois que encontra Jesus permanece pobre?

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    1. OBRIGADO POR SUA ATENÇAO MEU IRMAO. É ESTE UM DOS ASPECTOS QUE NOS NOS MOTIVA A ESCREVER. SABER QUE ALGUEM SE INTERESSSA.
      EM RESPOSTA A SUA PERGUNTA. TAMBÉM FOI JESUS QUE DISSE: OS POBRES SEMPRE OS TEREIS. MAS DEUS NOS DEU UM CAMINHO PARA A PROSPERIDADE. SER FIEL. FIQUE COM DEUS.

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